Estatística Espacial Aplicada aos Estudos de Incidência de Câncer
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Palavras-chave

Análise Espacial
Incidência
Câncer
Mapeamento Geográfico

Como Citar

Oliveira Friestino, J. K., Mendonça, D., Oliveira, P., Oliveira, C. M., Ferraz, R. de O., & Moreira Filho, D. de C. (2016). Estatística Espacial Aplicada aos Estudos de Incidência de Câncer. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 10(2), Pág. 103–117. https://doi.org/10.18569/tempus.v10i2.1772

Resumo

O Sistema de Informação Geográfica (SIG) como ferramenta em estudos epidemiológicos tem se tornado algo frequente na área da Saúde Coletiva. Em estudos sobre incidência de câncer, o uso da análise espacial ainda é incipiente no país, entretanto possuí grande potencial para auxílio nos modelos de planejamento em saúde. O objetivo deste trabalho é apresentar um método empírico de análise de padrões espaciais para os casos de incidência de cânceres considerados raros que acometem a população com idades entre 0 e 19 anos, discutindo a aplicabilidade da estatística espacial e as possíveis utilizações da interpretação da disposição espacial dos eventos. Utilizou-se o SIG para georreferenciar as taxas de incidências de casos de cânceres de alguns grupos da Classificação Internacional de Câncer Infantil (CICI), ajustadas por idade e sexo, segundo os Centros de Saúde de suas residências. Foram estimadas as razões padronizadas de incidência (Standardized Morbidity Ratio-SMR). Para controlar a instabilidade das taxas devido ao pequeno número de casos, foi feita uma suavização pelo método Empirical Bayes. Comparando as taxas anuais, suavizadas pelo referido método Bayesiano, constatou-se diferenças entre elas quanto à distribuição espacial, com concentração destas nas regiões Sudoeste e Noroeste do município de Campinas. Conclui-se que o uso de estatística espacial como ferramenta de apoio à decisão, permite identificar a distribuição de casos de cânceres do grupo da CICI, contribuindo para o planejamento em saúde.
https://doi.org/10.18569/tempus.v10i2.1772
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