Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral humana e canina em municípios pertencentes à Superintendência Regional de Saúde de Diamantina, Minas Gerais, Brasil (2007-2012)
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Palavras-chave

Leishmaniose Visceral
Notificação de Doenças
Perfil epidemiológico

Como Citar

Ursine, R. L., Paranaíba, L. F., Dias, J. V. L., Morais, H. A., & Pires, H. H. R. (2016). Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral humana e canina em municípios pertencentes à Superintendência Regional de Saúde de Diamantina, Minas Gerais, Brasil (2007-2012). Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 10(1), Pág. 179–193. https://doi.org/10.18569/tempus.v10i1.1716

Resumo

O presente estudo teve como objetivo identificar as áreas de ocorrência e avaliar aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral humana e canina nos 33 municípios pertencentes à Superintendência Regional de Saúde de Diamantina no período de 2007 a 2012. Foram coletados dados de notificação dos casos de Leishmaniose Visceral humana, disponibilizados no Sistema de Informação de Agravos e de Notificação, e dados de exames sorológicos provenientes de inquéritos caninos registrados em livros da Superintendência Regional de Saúde de Diamantina. No período avaliado foram notificados 79 casos da Leishmaniose Visceral humana, sendo a ocorrência mais comum entre pessoas com idade inferior a 10 anos e igual ou acima de 60 anos, do sexo masculino, residentes em áreas rurais. Araçuaí foi o município que apresentou maior número de notificações da Leishmaniose Visceral humana, sendo classificado como área de transmissão intensa. Quanto à Leishmaniose Visceral canina, 17 municípios enviaram amostras de sangue para realização dos exames e todos apresentaram pelo menos um cão soropositivo. Foi verificado que alguns municípios notificaram a Leishmaniose Visceral em humanos e em cães, outros, notificaram a infecção apenas em cães ou em pessoas e ainda, municípios que não apresentaram nenhuma notificação no período avaliado. Entre os municípios estudados foi possível observar a condução diferenciada da vigilância da Leishmaniose Visceral. Sendo atualmente responsabilidade direta da esfera municipal, cabe ao nível regional orientar e fiscalizar os gestores nas ações de controle de acordo com a situação epidemiológica.
https://doi.org/10.18569/tempus.v10i1.1716
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