Práticas integrativas e complementares na Rede de Atenção à Saúde pública do Distrito Federal – Brasil

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Palavras-chave

Terapias complementares
Saúde Pública
Sistema Único de Saúde Complementary Therapies
Public Health
Unified Health System Terapias complementarias
Salud Pública
Sistema Único de Salud

Como Citar

Lima, R. F., & Caetano, G. S. (2024). Práticas integrativas e complementares na Rede de Atenção à Saúde pública do Distrito Federal – Brasil. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 13(1), 153–179. https://doi.org/10.18569/tempus.v13i1.2695 (Original work published 29º de dezembro de 2023)

Resumo

A inserção de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) remete ao modelo hegemônico de oferta de cuidados imposto por esse sistema e, com a implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, houve um aumento de ofertas e demandas dessas alternativas. Assim, o objetivo desse estudo foi analisar a oferta e produção de PIC na assistência pública no Distrito Federal (DF)/Brasil mediante coleta e análise de dados previstos no Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA-SUS) e na plataforma de Cadastros Nacional de Estabelecimentos de Saúde referente às PIC conforme nível de complexidade e profissionais executores após o ano de 2008. O total de PIC no período analisado foi de 315405, o que equivaleu a 0,06% do total de procedimentos previstos no SIA-SUS. A PIC mais frequente foi a acupuntura com inserção de agulha (49,49% do total de práticas), sendo a grande maioria executada por profissional médico. Dos estabelecimentos de saúde no SUS-DF, 177 ofertavam PIC na competência de outubro de 2019 (9,50% do total serviços vinculados ao contexto de atendimento ambulatorial); as práticas corpo-mente (shantala, massagem, meditação, reflexoterapia, reiki e quiropraxia) foram as mais referidas como ofertadas por esses estabelecimentos (81,92% dos 177). Há necessidade de ressaltar a importância dessas alternativas terapêuticas, ampliar estudos e pesquisas para analisar sua efetividade, incentivar tais práticas em todos os níveis de atenção na saúde pública, e capacitar profissionais e gestores com vistas a viabilizar sua execução de maneira qualificada.
https://doi.org/10.18569/tempus.v13i1.2695
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