Resumo
As mudanças demográficas, o desemprego, as crises internacionais, a necessidade do aumento da renda familiar, entre tantas necessidades particulares, levam os indivíduos a se arriscarem em busca de melhores condições de vida e de trabalho em outro país. Os movimentos migratórios clandestinos, por vezes resultados de circunstâncias sociais graves, culminam por potencializar a vulnerabilidade social do migrante e, no caso da mulher, reforça a desigualdade para papéis de gênero. Nesse contexto, os empregos focados no trabalho informal e precário, principalmente nas tarefas domésticas e do cuidado, os horários e condições de trabalho inadequadas, o acesso desigual a recursos materiais e a documentação necessária para garantia dos seus direitos determinam uma cruel exploração dessa população. Neste sentido, evidencia-se a necessidade de um estudo sobre as populações migrantes e seus riscos profissionais a fim de fortalecer as políticas públicas de atenção a esse grupo, em especial para mulheres. Este trabalho pretende estudar a saúde da trabalhadora em situação de migração traçando paralelos entre a teoria, com base na revisão de literatura, e a vida real enfrentada por essas mulheres, como na trajetória fictícia representada pela jovem Maria no filme “Maria Cheia de Graça”.