A Dengue no Brasil: Políticas de Comunicação, Difusão e Promoção do Acesso a Informações e Conhecimentos Técnico-Científicos
PDF

Palavras-chave

Dengue
Acesso a Informação

Como Citar

Silva, J., & Marques, A. (2025). A Dengue no Brasil: Políticas de Comunicação, Difusão e Promoção do Acesso a Informações e Conhecimentos Técnico-Científicos. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 18(4). https://doi.org/10.18569/tempus.v18i4.3541

Resumo

Este trabalho se insere nos desafios e nas preocupações decorrentes de uma infodemia, cujo
caso de estudo é o cenário da epidemia da dengue na América do Sul, especialmente no Brasil. Objetiva
discutir as políticas relacionadas à comunicação, à difusão e à promoção do acesso a informações e
conhecimentos técnico-científicos sobre a epidemia da dengue no país, tendo em vista considerações
para a otimização desses processos como vias de inclusão e minimização das desigualdades sociais. A
investigação qualitativa abrange abordagens exploratória e descritiva, desenvolvidas a partir de estudos
bibliográficos e documentais, particularmente nos sites da Organizção Mundial de Saúde e Organização
Pan-Americana de Saúde. Fundamentada nas relações de bio-poder, propostas por Foucault, prevê a
identificação dos aspectos históricos que circundam a hegemonia da transferência de informações e
conhecimentos técnico-científicos, assim como as instâncias, instituições, políticas e modalidades de
integração dos fluxos multilaterais que perpassam a América do Sul. Discute os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) no âmbito da Agenda 2030 – destacadamente aqueles sobre a
saúde, o bem-estar e a redução das desigualdades – à luz dos aportes teóricos da Ciência da
Informação em interface com a Filosofia, a Sociologia da Ciência e a Arquivologia, para a compreensão
desses fluxos, com enfoque nas políticas de informação voltadas à promoção e ao acesso aos sistemas
de saúde das referidas instâncias. Sistematiza considerações sobre as ações que contemplam o
(re)conhecimento e acolhimento das assimetrias que caracterizam o universo da pesquisa, bem como
para a comunicação, a integração dos referidos fluxos no cenário epidemiológico, conforme as condições
geo(políticas e estratégicas) e as relações de bio-poder dos países da região. Conclui que os
fundamentos teóricos de Foucault acerca da “bio-história”, da “bio-política” e do “bio-poder”, no campo de
uma sociedade normalizadora, podem ser contemporaneizados à atual, em que informação e
conhecimento são recorrentemente utilizados como tecnologias estratégicas de poder, num cenário
caótico, marcado pela (info)epidemia. Entre o hegemônico e a dependência, a liderança e a integração, o
idealismo de homogenia e a realidade das assimetrias, a tradução de soluções dos países do Norte para
problemas dos países do Sul mostra-se insuficiente e ineficaz diante das ameaças à segurança nacional,
urbana, social, individual e informacional. Para além da bipolaridade, que tradicionalmente categorizava
o mundo em dois blocos de poder, a multilateralidade perpassa a produção, a gestão, a organização, a
preservação, a comunicação e a promoção do acesso às informações e aos conhecimentos,
evidenciando novas possibilidades de sua difusão e apropriação no Brasil.

https://doi.org/10.18569/tempus.v18i4.3541
PDF
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2025 Tempus – Actas de Saúde Coletiva