Resumo
Introdução: Em 1994, o Ministério de Saúde do Brasil adotou a estratégia de Tratamento de Curta Duração sob Observação Direta (TOD, chamado em inglês DOTS) da tuberculose, para pacientes mais vulneráveis e com maiores probabilidades de abandono de tratamento, em 230 municípios classificados como prioritários. Em 1998, foi realizada a expansão dessa estratégia. Este artigo tem como objetivo a avaliação operacional do TOD em relação ao tratamento auto-administrado em 27 municípios da região Centro-Oeste e do Tocantins no período de 1998 a 2001. Métodos: Foi realizado estudo epidemiológico analítico de coorte que utilizou os dados secundários do registro e acompanhamento dos casos de tuberculose. Foi verificado o desfecho nos livros de registro das unidades de saúde de referência. O diagnóstico, o acompanhamento clínico e laboratorial e os critérios para encerramento do tratamento seguiram as recomendações oficiais do Ministério da Saúde. Resultados: Dos 644 pacientes em tratamento supervisionado, 84,5% tiveram alta por cura, sendo o sucesso do tratamento de 94,7%, enquanto que nos 2.900 pacientes em tratamento auto-administrado, esses percentuais foram de 56,6% e 69,8%, respectivamente. As diferenças foram estatisticamente significativas. Conclusões: Os achados destacam que a estratégia do tratamento supervisionado mostrou-se efetiva em todas as variáveis, principalmente nas de resultado do tratamento. Houve melhora dos indicadores epidemiológicos e operacionais e também melhora geral do serviço para atendimento ao paciente com tuberculose.