Resumo
Vivemos um marco histórico, no qual metade dos habitantes do planeta está vivendo em cidades. O crescimento urbano rápido e desordenado implica em sérias agressões ao meio ambiente, que por sua vez influenciam a saúde e a qualidade de vida. O conhecimento desse processo dinâmico é importante para um melhor entendimento dos determinantes da saúde da população que vive nas cidades. Este artigo tem como objetivo destacar alguns temas relevantes em
saúde ambiental nos centros urbanos, bem como discutir a gestão da saúde ambiental e o papel das políticas públicas voltadas para as ações de saúde que contemplem a relação com o ambiente numa lógica produtiva. Os autores apontam que uma parcela enorme da população, em geral aqueles mais pobres, vive em condições inadequadas de moradia, sem acesso aos serviços básicos, e ainda expostos a diversos contaminantes ambientais típicos do desenvolvimento, como a poluição ambiental por produtos químicos. Estas questões refletem na população urbana gerando uma situação de extrema desigualdade e, portanto, é necessário pensar uma Gestão da Saúde Ambiental nas cidades levando em conta dois planos de territorialidade: o primeiro relativo às normas e regulamentos do uso de recursos disponíveis; e o segundo, diz respeito à ciência e técnica das políticas territoriais, processos interativos de
políticas em rede, atuando sobre essas interações. Desta forma acredita-se que a saúde ambiental possa enfrentar o desafio de promover uma melhor qualidade de vida e saúde nas cidades, enfrentando o quadro da exclusão social, sob a
perspectiva da equidade.