Mais (e melhores) Médicos

Palavras-chave

mais médicos
formação médica
inclusão social
clínica geral

Como Citar

Costa, A. M., Girardi, S. N., Ximenes, V., Almeida, E. R. de, & Santos, L. M. P. (2023). Mais (e melhores) Médicos. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 9(4). Recuperado de https://tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/1809

Resumo

Há deficiências, quantitativas e qualitativas, na formação de diversas profissões da saúde no Brasil. A literatura evidencia o desafio dos gestores municipais quanto ao provimento dos profissionais, com claro destaque sobre maiores dificuldades em relação aos médicos. A carência e má distribuição destes profissionais têm sido temas amplamente demonstrados. Em virtude disso, foi criado o Programa Mais Médicos, com três frentes estratégicas: qualificação profissional, construção e melhoria na infraestrutura de Unidades Básicas de Saúde, e provimento de médicos em municípios com áreas de maior vulnerabilidade. No que tange à qualificação profissional, o Programa prevê a ampliação e criação de novas vagas em cursos de graduação em Medicina, os quais possuem ensino baseado na comunidade e são fortemente pautados pela integração ensino-serviço. Além disso, alguns destes cursos vêm experimentando mecanismos de valorização de ingresso para estudantes pobres e das camadas médias de regiões interioranas, historicamente marginalizadas pelas políticas públicas. O Programa sofre grande oposição das entidades médicas do país. Neste sentido, o presente artigo analisa que uma eventual diversificação da composição social dos cursos de Medicina, associada à valorização da Clínica Geral, denominada no Brasil de Medicina (Geral) de Família e Comunidade, em detrimento de uma formação baseada na hiperespecialização e nas tecnologias duras, são fatores relacionados, em parte, à reação desencadeada pelos setores organizados enquanto corporação, na categoria médica.

Referências

WAN DER MAAS L, CARVALHO CL, PIERANTONI CR, GIRARDI SN. Estrutura atual e estimativas futuras da força de trabalho em medicina, enfermagem e odontologia no Brasil - 2000 a 2030. Saúde Amanhã; Textos para Discussão No 6. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2015. [Acesso em 29 dez 2015] Disponível em: http://saudeamanha.fiocruz.br/sites/saudeamanha.fiocruz.br/files/SA%20-%20TD%2006.pdf

BRASIL. IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O Sistema de Indicadores de Percepção Social. Brasília: IPEA, 2011. [Acesso em 29 dez 2015] Disponível: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/110207_sipssaude.pdf

ATTAL-TOUBERT K, VANDERSCHELDEN M. La démographie médicale à l’horizon 2030: de nouvelles projections nationales et régionales. Etud Résult; (679). 2009 [Acesso em 29 Dez 2015]. Disponível em: http://www.drees.sante.gouv.fr/la-demographie-medicale-a-l-horizon-2030-de-nouvelles-projections-nationales-et-regionales-detaillees,5488.html

CARVALHO MS, SOUSA MF. Como o Brasil tem enfrentado o tema provimento de médicos? Interface (Botucatu) 2013; 17(47):913-26. [Acesso em 29 Dez 2015] Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622013.0403

OLIVEIRA FP, VANNI T, PINTO HA, SANTOS JTR, FIGUEIREDO AM, ARAÚJO SQ, MATOS MFM, CYRINO EG. Mais Médicos: um programa brasileiro em uma perspectiva internacional. Interface (Botucatu) [online] 2015; (19)54: 623-34. [Acesso em 29 Dez 2015] Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/v19n54/1807-5762-icse-19-54-0623.pdf

BRASIL. IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Perspectivas Profissionais nível médio e superior. Radar; Tecnologia, Produção e Comércio Exterior. Brasília: IPEA; 2011; p. 21.[ Acesso em 29 Dez 2015] Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/radar/130703_radar27.pdf

COSER JC. Novos prefeitos e a falta de médicos no país. [Acesso em 29 Dez 2015]. Disponível em: http://cadeomedico.blogspot.com.br/p/deu-na-midia.html

SANTOS LMP, SILVA SM. Estudo das Ações Diretas de Inconstitucionalidade do Programa Mais Médicos. Cad. Ibero-Amer. Dir. Sanit., Brasília, v.4, n.1, jan/mar. 2015. [Acesso em 29 Dez 2015]. Disponível em: http://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/viewFile/154/215

WHO. World Health Organization. Increasing access to health workers in remote and rural areas through improved retention - Global policy recommendations. Geneva: WHO Press; 2010. [Acesso em 29 Dez 2015] Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44369/1/9789241564014_eng.pdf

HEFCE. Higher Education Funding Council for Wales. Medical and dental students survey 2014 - Survey for the Department of Health and the UK higher education funding bodies. England: Hefce; 2014 [Acesso em 29 Dez 2015] Disponível em: http://www.hefce.ac.uk/media/hefce/content/pubs/2014/201419/HEFCE2014_19.pdf

FRENK J, CHEN L, BHUTTA ZA, COHEN J, CRISP N, EVANS T, FINEBERG H, GARCÍA PJ, KE Y, KELLEY P, KISTNASAMY B, MELEIS A, NAYLOR D, PABLOS-MENDEZ A, REDDY S, SCRIMSHAW S, SEPULVEDA J, SERWADDA D, ZURAYK H. Profesionales de la salud para el nuevo siglo: transformando la educación para fortalecer los sistemas de salud en un mundo interdependiente. Rev Peru Med Exp Salud Publica. 2011; 28(2): 337-41. [Acesso em 29Dez 2015] Disponível em: http://www.scielo.org.pe/pdf/rins/v28n2/a28v28n2.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Programa Mais Médicos – dois anos: mais saúde para os brasileiros. Brasília : Ministério da Saúde, 2015. p. 53-64. [Acesso em 29 Dez 2015] Disponível em: http://cdnmaismedicos.elivepress.com.br/images/PDF/Livro_2_Anos_Mais_Medicos_Ministerio_da_Saude_2015.pdf

RISTOFF D. O novo perfil do campus brasileiro: uma análise do perfil socioeconômico do estudante de graduação. Avaliação (Campinas) [online]. 2014, vol.19, n.3, pp. 723-747. [Acesso em 29Dez 2015] Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/aval/v19n3/10.pdf