Abstract
Este artigo busca resgatar e analisar o
processo pedagógico do Projeto de Extensão
Vidas Paralelas Indígena, com intuito de
refletir sobre seus avanços e limites com
1 Doutora em Sociologia. Professora do Departamento
de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília; Coordenadora
do Projeto Vidas Paralelas Indígena.
2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências
da Saúde da Universidade de Brasília; Pesquisadora
Associada do Núcleo de Estudos em Saúde Pública/
NESP; Tutora do Projeto Vidas Paralelas Indígena.
3 Professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade
de Brasília; Tutor do Projeto Vidas Paralelas
Indígena.
4 Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade
de Brasília; Tutora do Projeto Vidas Paralelas
Indígena.
5 Médica. Servidora do Governo do Distrito Federal;
Tutora do Projeto Vidas Paralelas Indígena.
6 Coletivo de Extensionistas do Projeto Vidas Paralelas
Indígena da Universidade de Brasília.
relação à construção da interculturalidade na
formação em saúde. Trata-se de um estudo
de caso educacional qualitativo, cujo método
de coleta de dados utilizado foi composto por
consulta e análise de documentos, vídeos e
diários de campo dos extensionistas indígenas.
Os resultados indicam que a construção da
interculturalidade permeou todo o processo,
uma vez que o projeto teve como ponto de
partida e como eixos norteadores a expressão
dos olhares indígenas, o resgate das concepções
e cosmovisão que fundamentam o modo de
ver e compreender o mundo na perspectiva
dos diferentes povos indígenas, bem como a
construção de um espaço de diálogo entre as
distintas racionalidades e saberes existentes.
Estes princípios tem possibilitado que os
estudantes se apropriem do processo de
construção do conhecimento e confiram
sentido a ele, abrindo caminhos para a
facilitação das potencialidades dos educandos
e, consequentemente para a promoção de
processos emancipatórios. Além disso, destaca-
Saúde Indígena Tempus - Actas de Saúde Coletiva
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 24
se como avanço a formação de uma Comissão
Intercultural no interior da Faculdade de
Ciências da Saúde da Universidade de Brasília,
com a função de debater e construir processos
de formação interculturais, que contemplem as
diferentes racionalidades, além de viabilizar o
acolhimento e suporte aos estudantes indígenas
ao longo de toda a graduação.