Abstract
A adesão às terapias antirretrovirais está muito vinculada à atenção em saúde e a outros fatores que contribuem à qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/aids. Os dados aqui apresentados fazem parte de uma pesquisa que buscou investigar os determinantes da não adesão aos tratamentos. A fase qualitativa incluiu perguntas abertas em entrevista semi-estruturada e a realização de quatro grupos focais com pessoas atendidos em centros de referência para DST e HIV do DF. Os dados mostram o impacto no cotidiano dos pacientes incluindo estratégias de lembrança, de ocultação dos medicamentos, empatia com equipes sensíveis, deslocamento para locais com melhor acolhimento e a preocupação com o futuro. Conclui-se que a adesão ao tratamento é um processo social complexo e dinâmico em que o individuo se vê obrigado a repensar e reconstituir sua trajetória de vida, num processo de ressocialização e de construção de uma nova identidade.