Resumen
Este trabalho teve por objetivo caracterizar as práticas de cuidado realizadas pelos profissionais de saúde mental dos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, da Rede de Atenção Psicossocial do Distrito Federal, quanto ao modelo psicossocial preconizado pelas diretrizes políticas de saúde mental. Estudo exploratório, com dados quanti-qualitativos, mediante a realização de entrevistas semiestruturadas junto a 126 profissionais de saúde de nível superior e médio em nove CAPS para atendimento de usuários com transtornos mentais e com uso de álcool e outras drogaS, realizadas no período maio de 2011 a julho de 2012, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Saúde do DF, parecer nº 0081/2010. Os resultados revelam que os profissionais em sua maioria são mulheres e adultos jovens, com pouco preparo e experiência na saúde mental, todavia reconhecem o CAPS como dispositivo potente para o modelo psicossocial, mas referem encontrar desafios relativos aos profissionais quanto a formação, o preparo e o interesse em trabalhar na saúde mental, e ainda, aos limites institucionais, como inadequadas condições de trabalho, insuficiência numérica e baixa articulação dos serviços RAPS e não priorização da saúde mental na agenda política local. Conclui-se que os profissionais das equipes da equipes de saúde mental que atuam no CAPS têm buscado na organização do trabalho superar os desafios, buscando o aprendizado de saberes e práticas de saúde para novas formas de produzir o cuidado em saúde mental mais convergente com o modelo psicossocial, preconizado pelas diretrizes políticas nacionais e locais de saúde mental.