Haitianas, formação médica e Sistema Único de Saude

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Matos, I. B. (2021). Haitianas, formação médica e Sistema Único de Saude. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 14(3). https://doi.org/10.18569/tempus.v14i3.2702

Resumen

Introdução: O Oeste Catarinense, a partir de 2012, foi um dos destinos de imigração de haitianos. Como parte da formação médica, de uma universidade pública, estudantes e docentes têm inserções em Centros de Saúde da Família (CSF), no Sistema Único de Saúde (SUS). Gestora de um destes Centros relatou a baixa adesão de haitianas aos tratamentos. Objetivo: Refletir sobre aspectos culturais das práticas de saúde das haitianas que podem interferir na baixa adesão aos tratamentos. Metodologia: Trata-se de pesquisa qualitativa e descritiva que ulilizou entrevistas junto a profissionais de saúde e haitianos. A hermenêutica-dialética foi a técnica de análise dos dados. Resultados: No Haiti o apelo aos curandeiros, ao vodu, às ervas e chás é uma prática da população. O sistema de saúde pública haitiano não é universal, sendo restrito ao espaço urbano; alguns serviços são ofertados por organizações não governamentais (ONG) e missões religiosas; prevalecendo o setor privado. No Brasil, a baixa adesão aos tratamentos preconizados por profissionais do SUS pode ser explicada, dentre outros motivos, pelo estranhamento das haitianas para algo que desconhecem, pois não há tal oferta no Haiti. Discussão: A baixa adesão aos tratamentos prescritos pode ser compreendida considerando-se: melhora momentânea dos sintomas; barreira linguística; diferente cosmovisão sobre a doença e pouca familiaridade com a oferta de serviços no SUS. Conclusão: A percepção da saúde, da doença e do cuidado das haitianas é intermediada pela medicina popular, praticada no Haiti, que entra em disputa com a lógica biomédica das ações preconizadas pelos profissionais de saúde brasileiros.
https://doi.org/10.18569/tempus.v14i3.2702

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