Abstract
O artigo objetivou identificar o discurso coletivo dos Agentes Comunitários de Saúde - ACS, frente a identificação da manifestação do sofrimento psíquico, as ações de saúde mental desenvolvidas bem como, os seus elementos considerados potencializadores e dificultadores no trabalho em unidades básicas de saúde da família do Paranoá, no Distrito Federal. Trata-se de um estudo qualitativo, Para a coleta de dados deste estudo qualitativo foram entrevistados 14 ACS, com a utilização de roteiro de entrevista semiestruturado. O material empírico foi submetido ao método de análise de Discursos do Sujeito Coletivo
(DSC) e seus resultados foram organizados em três núcleos temáticos: 1) a identificação das pessoas em sofrimento mental; 2) As ações dos ACS na atenção da Estratégia Saúde da Família e 3) As potencialidades e dificuldades no desenvolvimento de ações de saúde mental na atenção básica. Os resultados ressaltam que os Agentes Comunitários de Saúde identificam a ocorrência de adoecimento psíquico em usuários da sua área de atuação, associados a uma manifestação de um comportamento
alterado e/ou estranho e associado as causas multifatoriais, usando da própria observação ou de relatos de familiares, usuários e comunidade
ou dos encaminhamentos de serviços de saúde ou outros. Os ACS declaram que desenvolvem ações de saúde mental que se aproximam da abordagem psicossocial, principalmente a partir da qualificação em saúde mental e do apoio matricial do CAPS, embora considerem ainda ser baixa participação em oferta de cursos de capacitação em saúde mental. Podemos concluir que os ACS apresentam um conhecimento básico para a identificação e das causas do sofrimento psíquico, com
uso de termos técnicos -científicos, ainda que de forma desorganizada, e que as ações de saúde mental desenvolvidas avançam para a abordagem psicossocial, com destaque para a retaguarda do apoio matricial do CAPS II e do PET na organização das ações na área.