Notícias sobre o estresse na mídia impressa: abordagens biológicas, psicológicas, sociais ou biopsicossociais
PDF
PDF (English)

Como Citar

Garcia, Átala L., Emerich, T. B., Salaroli, L. B., Cavaca, A. G., & dos Santos Neto, E. T. (2021). Notícias sobre o estresse na mídia impressa: abordagens biológicas, psicológicas, sociais ou biopsicossociais. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 12(2). https://doi.org/10.18569/tempus.v12i2.2661

Resumo

Esse estudo analisa a evolução histórico-científica do termo estresse na mídia impressa, de acordo com a ênfase colocada em diferentes abordagens conceituais - biológica, psicológica, social e biopsicossocial, por meio da análise de conteúdo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em que se analisam notícias publicadas nos principais periódicos do Estado do Espírito Santo, Brasil, no período compreendido entre janeiro de 2015 a abril de 2017. Percebe-se que houve evolução nos modelos de saúde no século XX nos enfoques biológicos e psicológicos sobre o estresse, que ainda predominam na mídia impressa em detrimento da abordagem social. No entanto, se vislumbra a possibilidade de expansão das ações de saúde, com base na incorporação de uma abordagem biopsicossocial do estresse em contextos comunitários, a fim de possibilitar intervenções que superem os reducionismos e fragmentações. Assim, a compreensão do estresse em uma perspectiva mais integradora, incluindo os aspectos psicossociais, pode ser transformada com maior interação entre mídia e comunidades.

https://doi.org/10.18569/tempus.v12i2.2661
PDF
PDF (English)

Referências

Selye H. A syndrome produced by diverse nocuous agents. Nature. 1936; 138 (32): p.1-32.

Cohen S, Gianaros PJ, Manuck SB. A Stage Model of Stress and Disease. Perspectives on psychological science : a journal of the Association for Psychological Science. 2016; 11 (4): 456-463.

Kagan J. An Overly Permissive Extension. Perspectives on Psychological Science. 2016; 11(4): 442-450.

Selye H. The stress of life. 2 edição. New York, NY: McGraw-Hill; 1956.

Cohen S, Kessler R, Gordon L. Strategies for measuring stress in studies of psychiatric and physical disorders. In: Cohen S, Kessler R, Gordon L (Eds.). Measuring Stress. New York, NY: Oxford University; Press; 1995.

Marras J P, Veloso H M. Estresse Ocupacional. 1ª ed. São Paulo: Editora Elsevier; 2011.

Suls J, Rothman A. Evolution of the Biopsychosocial Model: Prospects and Challenges for Health Psychology. Health Psychology. 2004; 23 (2): 119-125.

Filgueiras JC, Hippert MIS. The controversy surrounding the concept of stress. Psicol. cienc. prof.1999; 19 (3): 40-51.

Castiel LD. Stress in biomedical and epidemiological research: the limitations of the risk model in the study of the health-disease process. in: Castiel LD The hole and the ostrich; the uniqueness of human sickness. Campinas: Papyrus; 1994. p. 69-127.

Castiel LD. Stress in epidemiological research: the wearing down of models of collective explanation of the health-disease process. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva. 2005; 15(Suplemento): 103-120.

Oliveira VC. As fabulações jornalísticas e a saúde. In: Lerner K, Sacramento I. Saúde e jornalismo: interfaces contemporâneas. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2014. p. 35-60.

Araújo IS, Cardoso JM. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ; 2007.

Vianna ACF. Mediações e pesquisas na área de comunicação e saúde. Reciis – Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde (Rio de janeiro). 2019; 13 (1): 229-233.

Lerner K, Sacramento I. Saúde e jornalismo: interfaces contemporâneas. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2014.

Langbecker A, Castellanos MEP, Catalan-Matamoros D. O que os valores-notícia podem nos dizer sobre o Sistema Único de Saúde? Explorando aportes teórico-conceituais da noticiabilidade. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2019; 23(1): 2019.

Mascarelo da Silva T, et al. A saúde e o Sistema Único de Saúde nos bastidores da imprensa: o que os jornalistas têm a nos dizer? Rev. Bras. Pesq. em Saúde (Vitória). 2018; 20 (2): 64-73.

Breilh J. Epidemiología crítica: Ciencia Emancipadora e Interculturalidad. Buenos Aires: Colección Salud Colectiva; 2003.

Pereira TTSO; Barros MNS; Augusto MCNA. O cuidado em saúde: o paradigma biopsicossocial e a subjetividade em foco. Mental. 2011; 9 (17): 523-536.

Cavaca AG, Emerich TB, Lerner K. Observatories of Health in the Media: devices of critical analysis in Communication and Health. Rev. Bras. Pesq. Saúde. 2016; 18 (3): 4-5.

Garcia AL, et al. Índices “notícia-morbidade” e notícia-morte”: relação entre o perfil de morbimortalidade da população e a divulgação midiática no Estado do Espírito Santo, Brasil, 2011-2012. Rev. Bras. Pesq. em Saúde (Vitória). 2019; 21 (1): 35-45.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2019.

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/24284-pnad-continua-taxa-de-desocupacao-e-de-12-7-e-taxa-de-subutilizacao-e-de-25-0-no-trimestre-encerrado-em-marco-de-2019, Acesso em: agosto de 2019.

Peret E. Desemprego atinge 14 milhões de pessoas em abril. Rio de Janeiro: IBGE; 2017.

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E INDUSTRIAL DO ESPÍRITO SANTO, 1971- . Setores portadores de futuro para o Estado do Espírito Santo 2035. Espírito Santo: IDEIES, 2018.

Ku? Saillard E. Systematic Versus Interpretive Analysis with Two CAQDAS Packages: NVivo and MAXQDA. Forum Qualitative Sozialforschung / Forum: Qualitative Social Research, [S.l.]. 2011; 12(1). Disponível em: http://nbn-resolving.de/urn:nbn:de:0114-fqs1101345.

Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2015.

Turato ER. Tratado da metodologia da pesquisa clínico qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. 6ª ed. Petrópolis: Vozes; 2011. p. 688.

Cooper CL, Cooper RD, Eaker LH. Living with stress. London: Penguin Books; 1988.

Reiche EMV, Nunes SOV, Morimoto HK. Immune System Dysfunctions Induced by Stress and Depression: Implications in Cancer Development and Progression. Rev. Bras. Oncologia Clínica. Mai/Ago 2005; 1 (5): 19-28.

Simonton C, Matthews-Simonton S, Creighton JL. With life again: a self-help approach for cancer patients. 6a. ed. São Paulo: Summus; 1987.

Payne JK. State of science: stress, inflammation and cancer. Oncol Nurs Forum. Set. 2014; 41 (5); 40-533.

Butler LD, Koopman C, Cordova MJ, Garlan RW, DiMiceli S, Spiegel D. Psychological distress and pain significantly increase before death in metastatic breast cancer patients. Psychsom Med. 2003; 65 (3): 416-426.

Hewitt M, Herdman R, Holland J. Meeting Psychosocial Needs of Women with Breast Cancer. Editors: Institute of Medicine (US) and National Research Council (US) National Cancer Policy Board. Washington (DC): National Academies Press (US); 2004.

Puttini RF, Pereira Junior A, Oliveira LR. Explanatory models in collective health: biopsychosocial approach and self-organization. Physis. 2010; 20 (3): 753-767.

Giddens A. Sociology. Edição 9ª. Lisboa. Editora: Fundação Calouste Gulbenkian; 2014.

Santos SB. Media and health: the editorials on health of the Pernambuco newspaper Jornal do Commercio. Reciis – Revista Eletrônica de Comunicação e Informação & Inovação em Saúde. 2012; 6 (4).

Zille LP, Hoffmann CD. Centrality of labor, retirement and its biopsychosocial developments. Reuna. Jan-Mar, 2017; 22 (1): 83-102.

Kaplan HI, Sadock BJ. Compendium of psychiatry: behavioral sciences / clinical psychiatry. 6ª ed. Dayse Batista (trad). Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 1993.

Lazarus RS. Personalidade e adaptação. 3ª ed. Álvaro Cabral (trad). Rio de Janeiro: Zahar; 1974.

Zille LP, Braga CD, Marques AL. Stress at work: a challenge for managers of brazilian organizations. REGE. Jul./set. 2014; 21 (3): 401-413.

Rosenman RH, Brand RJ, Sholtz RI, Friedman M. Multivariate prediction of coronary heart disease during 8.5 year follow-up in the Western Collaborative Group Study. The American Journal of Cardiology. 1976; 37(6): 903-910.

Dejours C. A loucura do trabalho: Estudo da psicopatologia do trabalho. (6. ed.) São Paulo: Cortez-Oboré; 1992.

Cohen S, Janicki-Deverts D, Miller GE. Psychological stress and disease. Journal of the American Medical Association. 2007; 298 (14): 1685-1687.

Benavente SBT et al. Influence of stress factors and sociodemographic characteristics on sleep quality of nursing students. Revista da Escola de Enfermagem da USP.June 2014; 48 (3): 514-520.

Thompson JB. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis: Vozes; 2007.

Samulski D, Chagas MH, Nitsch J. Stress: teorias básicas. Belo Horizonte: Costa; Cupertino; 1996.

Barrington W. Perceived Stress, Behavior, and Body Mass Index Among Adults Participating in a Worksite Obesity Prevention Program, Seattle, 2005–2007. Prev Chronic Dis. 2012; 9 (1), E152.

Braga CD, Zille L, Marques AL. The energy consumption of those who produce energy: studying occupational stress and its effects on managers of a Brazilian company in the electric energy sector. Revista Alcance. 2013; 20 (4): 478-494.

Kelly S. Alcohol and older people: A systematic review of barriers, facilitators and context of drinking in older people and implications for intervention design. PLoS ONE. 2018; 13 (1), e0191189.

Hatch SL, Dohrenwend BP. Distribution of traumatic and other stressful life events by race/ethnicity, gender, SES and age: A review of the research. American Journal of Community Psychology. 2007; 40 (1): 313-332.

ISMA - International Stress Management Association. Estocolmo – Brasil; 2004. (Relatório de Pesquisa).

World Health Organization (WHO). Série HSP -UNI/Manuais Operativos, vol. 1 (8); 1995.

Ministério da Saúde (BR). Promoção à Saúde: Carta de Ottawa, Declaração de Adelaide, Sundsvall e Santa Fé de Bogotá. Brasília: Ministério da Saúde;1996.

Mehry EE. Razão e Planejamento, 1ª ed., São Paulo, Ed. HUCITEC; 1994.

Rodrigues AL, Gasparini ACLF. A psychosocial perspective in Psychosomatics: via stress and work. In: Mello Filho, J. de. Psychosomatic Today. Porto Alegre: Artes Médicas; 1992. p. 93-107.

Couto HAC, Herkenhoff FL, Lima EG. Occupational stress and systemic arterial hypertension. Revista Brasileira de Hipertensão. 2007; 14 (1): 112-115.

Rith-Najarian LR. The Biopsychosocial Model of Stress in Adolescence: Self-Awareness of Performance versus Stress Reactivity. Stress. 2014; 17 (2): 193-203.

Lipp MEN. Stress in Brazil: advanced research. São Paulo: Papirus; 2004.

Lipp MEN. Manual do inventário de sintomas de estresse para adultos. 3ª ed. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2005.

Marques-Deak A, Sternberg E. Psychoneuroimmunology: the relationship between the central nervous system and the immune system. Brazilian Journal of Psychiatry. Set. 2004; 26 (3): 143-144.

Kazak AE et al. An integrative model of pediatric medical traumatic stress. Journal of Pediatric Psychology. 2006; 44 (1): 343-355.

Ronzani TM. et al. Media and drugs: documentary analysis of Brazilian written media on the theme between 1999 and 2003. Ciência & Saúde Coletiva. 2009; 14 (5): 1751-1762.

Babalola E, Noel P, White R. The biopsychosocial approach and global mental health: Synergies and opportunities. Indian J Soc Psychiatry. 2017; 33 (1) :291-296.