Informação e comunicação em saúde: atuação dos agentes de Combate às endemias e Comunitários de Saúde no Brasil

Resumo

A informação sobre saúde baseada em evidências tem sido tema cada vez mais necessário para a
compreensão e enfrentamento de doenças e agravos. Junto com a crescente quantidade de informações,
surge com ela um volume exponencial de informações imprecisas, falsas ou enganosas, que contribui para
a disseminação da desinformação em saúde. Na saúde pública, o fenômeno da desinformação tem
registrado consequências graves, afetando a eficácia das medidas de prevenção e tratamento e a confiança
da população nas autoridades de saúde, a exemplo da crescente queda da adesão vacinal no país. Neste
sentido, busca-se também destacar a importância de informações precisas e embasadas cientificamente
para a promoção da saúde e bem-estar da população, a partir de modelos teórico metodológicos e práticos,
aplicados à gestão da informação e tradução do conhecimento, mediadas por tecnologias de informação e
comunicação, como fundamentais ao processo de comunicação promotora de saúde e prevenção da
desinformação.Este estudo tem como objetivo, analisar os processos de busca por informação em saúde,
realizada pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS), nas
diferentes regiões do Brasil, observando os impactos na comunicação com a comunidade e equipe da
Atenção Primária à Saúde (APS). Esta pesquisa trata-se de um estudo de natureza quantitativa, transversal
e descritivo. A partir do qual se pretende analisar as experiências dos ACE e ACS no Brasil no que se refere
à informação em saúde e a comunicação com a comunidade e a equipe da APS. A ferramenta utilizada para
a coleta dos dados primários foi um questionário eletrônico, elaborado utilizando o (REDCap). O estudo
consistiu em uma análise estatística a nível nacional, envolvendo os atores sociais, que são os ACE e ACS,
que participaram da pesquisa. Para avaliar o perfil demográfico, socioeconômico, profissional e educacional,
foi necessário realizar uma investigação exploratória dos dados referentes a esses profissionais, além das
perguntas referente à informação sobre saúde e a comunicação desses profissionais com a equipe e a
comunidade. A pesquisa contou com um total de 14.528 participantes, 80,5% (ACS) e 19,5% (ACE) em
atuação na Atenção Primária à Saúde, evidenciou que 62% profissionais pesquisados têm acesso às
informações relativas à APS, sobretudo aquelas disponibilizadas em meio digital google, sites e mídias
sociais. A comunicação é fundamental no trabalho dos agentes, pois é através dela que se estabelece uma
relação de confiança e proximidade com a comunidade.